sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Quando a razão não chega, a gasolina arde melhor


Todos os dias eles controlam as nossas vidas. Convencem-nos que são vitais, que tratam dos nossos problemas, que precisamos deles e que sem a sua presença, não haveria ordem, seria a anarquia total, a lei do sujo, ruas intransitáveis e cada pessoa a tentar valer-se por si, sem amor ou atenção pelo vizinho.

A realidade é outra e as pessoas não a vêem. Resignadas, algumas contentes, levam o seu produto até eles, quase escravas. Escravas mesmo, uma escravidão da mente, oxalá um dia se apercebam. Até lá eles andarão felizes e contentes na rua, no meio dos seus rebanhos, sempre bem aperaltados, todos iguais, todos sorridentes. Entre o seu gado, estes pastores nunca terão medo. Cabe-nos a nós ensinar-lhes que ainda há quem lute contra os opressores.

Lutaremos até morrer. Lutaremos mesmo quando todos desistirem. Verão os nossos petardos rebentar nas vossas bocas, verão os pneus a arder no meio da estrada e as máscaras que ocultam os nossos rostos enraivecidos enquanto vamos buscar-vos, a vossas casas, diante do incapaz braço da polícia. E saberão que aí jaz a última paragem das vossas nojentas vidas.

Ver-vos-emos a arder e cantaremos hinos de liberdade. Não queimarão sozinhos, convosco arderão os vossos gordos companheiros, constantemente à procura das vossas sobras, pedindo sempre tratamento especial e incapacitando ainda mais as nossas vidas.

Não há polícia que pare o espírito do povo. Não há ordem tirânica que impeça o braço da justiça popular. Não dormirão descansados esta noite com o cintilar no fundo das colunas de fumo que se erguem no horizonte. Os mais pequenos são sempre os primeiros a cair. Mas os caixotes do lixo grandes ardem da mesma forma. E os ecopontos também… excepto o vidrão.

O povo não será livre enquanto houverem caixotes do lixo.

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