segunda-feira, 26 de março de 2012

Um post sobre iogurte

Se parecer incoerente nesta crónica é porque entretanto já estou com febre.

Suponho aqui que saibam todos o que é iogurte (para os mais desinformados consultem http://pt.wikipedia.org/wiki/Iogurte )

Então, já que estou com a devida falta de apetite que só a doença ou a comida da cantina sabem proporcionar, aproveitarei o consumo do iogurte para ponderar sobre ele. Aliás recomendo que todos ponderem sobre as suas acções e objectos do quotidiano frequentemente.

Qual é o trade-off do iogurte em relação ao leite?

O primeiro tem várias vantagens quanto à variedade de formatos e sabores, um mundo que o leite começou a explorar apenas muito recentemente e com atroz insucesso -- enquanto não se aperceberem que o cálcio não sabe a nada, as suas fórmulas manter-se-ão à margem do mercado do sabor que é o mercado ocidental da comida. Por outro lado, e isto é algo muito importante, o iogurte funciona muito mal como tema de fetiche. Castelinhos de iogurte são muito giros mas a piada é mais para a criançada que para os pais. Isto não significa que não haja um visionário que venha revolucionar a ideia do iogurte como objecto de cariz sexual e léxico habitual do trabalhador da construção civil, mas por agora trato dos factos que existem e não de futurologia.

Posta de parte a grande lacuna entre o pai leite e o seu filho, tratemos do iogurte líquido vs. sólido, começando por uma questão muito importante: quantos de vós pensam no iogurte líquido como verdadeiro iogurte? Nas inúmeras ocasiões em que vem à conversa, pensamos no activia líquido ou pensam todos nos aromas da danone que trouxeram cor (apesar de serem brancos) à nossa infância?

Há que fazer uma ressalva importante, o condutor, o estudante e o funcionário público, em regra sempre atrasados, beneficiam muito da tecnologia líquida que lhes permite nutrição em movimento. No entanto carece sempre a técnica, afinal de contas comer um iogurte sólido é como comer uma oreo, há que lamber o papelinho e ser consistente no modo como cada colherada penetra na massa semi-rígida. Se existe ciência, a de comer o iogurte é a mãe de todas elas!

Terminando a discussão de consistência queria deixar muito claro que iogurte cremoso é o equivalente de pintar uma parede de cada cor na sede da ACAPO. O que eu quero é talhar o meu alimento sem que ele perca a sua estrutura física, não tratar de uma avalanche e ficar enjoado porque comi muito depressa!

Assim sendo as próximas instâncias da palavra "iogurte" (que já foi usada aqui mais do que "esperança" em época de campanha) tratarão apenas do irmão sólido dentro da família.

Então e sabores? Ou o iogurte natural?

Dentro dos pedaços, a minha opinião pessoal é evitá-los como o diabo da cruz. Para mim não faz sentido nenhum, porque não dão os pedaços à vaca para ela os transformar em pré-iogurte? Ou porque não trituram aquilo? Se eu quisesse bocadinhos de alimentos entre os dentes comia bolachas maria!
Já o aroma é uma história diferente. Abraço o aroma e recomendo a variedade de modo a não enjoar e/ou acumular muitos tóxicos que possam porventura existir(conselho "verde" do dia).
Quão arrogante é chamar de natural a um iogurte... eles são todos produzidos em fábricas por acção do Homem, apenas diferem nos produtos que são adicionados posteriormente. E o próprio nome se desfaz em mentiras com o advento do "iogurte natural açucarado", em que um terceiro passo é adicionado, aromatizando-o, e desfazendo por completo o mito do iogurte natural. O "natural açucarado" não é só o destruidor do irmão mais frugal como é uma ideia que destrói a vida de inúmeras crianças no globo! Isto porque nega a capacidade de adicionar o açúcar em medidas "adequadas" ao esforço físico posterior e normalmente quando a avó não está a ver.


O mundo dos alimentos lácteos é um cheio de mistério e espaço para evolução. Um ser simples como eu não pode deixar de olhar para o futuro e pensar no que a Danone vai criar a seguir e quanto tempo vai demorar a sair uma marca branca do mesmo produto.

Orgia bacteriana

Orgia bacteriana não tem nada a ver com o que tenho, muito provavelmente trata-se de algo viral. Mas, como muitos devem saber, os vírus são meramente partituras que as nossas células vão tocar com a flautinha de pan.

As bactérias sim, conseguimos imaginar-lhes uma personalidade. São os bullies gordos da escola que andam a comer o almoço a toda a gente e a provocar o caos generalizado. Quantos de nós já ficaram impossibilitados de atender a compromissos por causa de uma bactéria? Quando se trata de um vírus encolhemo-nos em resignação, "a culpa é do meu corpo que acha que tudo o que é ADN é para multiplicar como se não houvesse amanhã". Se o médico nos fala de uma bactéria, sei lá, um streptococus, ficamos logo a pensar "se te apanhasse e não fosses tão pequena levavas uma bofetada na cara que pensavas logo duas vezes em acampar no meu sistema respiratório!"

A bactéria no entanto tem as suas protecções, os seus grupinhos activistas que andam por aí a dizer que elas são necessárias, que não podemos discriminá-las, até que não podemos viver sem elas. Quase que se atrevem a dizer que há bactérias pacíficas!

Bactérias pacíficas! Conseguem imaginar? É o equivalente de moscas da fruta pacíficas! Todos sabemos que as drosophilae são os animais voadores mais sádicos do mundo, destruindo toda a fruta da cesta no único dia da semana em que queríamos realmente comer (o dia em que a namorada nos diz que já dá para um idoso fazer alpinismo na nossa barriga).

A verdade é que a bactéria dita comensal (que vive em "equilíbrio" e "harmonia" no nosso organismo e nos ajuda em coisas como a digestão) é um ser altamente egoísta e assim que o sistema imunitário vira costas não perde a oportunidade de se multiplicar a la África Subsariana e invadir os tecidos como se fossem queijo suíço.
A argumentação de que elas nos protegem de bactérias piores também não cola, é o mesmo que escolher o Queirós para treinar a selecção: está bem que o lugar ocupado impede que seja passado para um treinador da liga Oranjina ou das regionais, mas também com o Queirós não se vai a lado nenhum!

Não havendo outra alternativa, por enquanto estamos refém da nefasta bactéria comensal, que isto não seja desculpa para não se arranjar melhor solução!

Concluindo, colónia de bactérias é como violação: o criminoso pode bem usar lubrificante e preservativo mas há coisas muito mais interessantes para fazer com o tempo perdido ali a levar com ele.

domingo, 25 de março de 2012

Olá

O meu nome não é Colombo... nem sequer sou um cavalo.

Este blog vem preencher uma lacuna na minha vida: escrever. É o sucessor do famoso *cof* "Draft of a Life", que batalhou desde 2006 para distribuir conteúdo vital à sobrevivência de cada um. No entanto partiu para a guerra com uma ferida de batalha: o nome mais piroso de sempre.

A sério, nem abreviado o nome se safava. E a certa altura é necessário começar do zero e despir o top cor-de-rosa.

Ao mesmo tempo que me debruço neste texto introdutório tenho uma amante que se rói: o Movimento Libertário. O ML é um dos grandes amores da minha vida, no entanto comporta-se como uma prostituta de classe alta, não a posso meter de quatro e entrar por ali adentro enquanto arroto, é preciso civismo, algum senso, por vezes lubrificante. Para ser mais claro, preciso de ponderar os artigos que escrevo, que estudar e tentar evitar piadas de sexo visto que o ML é realmente um projecto importante. E neste momento a faculdade exige o tempo que poderia ser usado a estudar economia e política.
Por outro lado já o cavalo Colombo é o equivalente da adolescente que se "está a descobrir": toda a gente lá passa a mão, até o pai se for preciso... e ninguém perde lá muito tempo com medo de apanhar doenças.

Quanto ao endereço bonito que escolhi, se procurarem na net possivelmente descobrem que existe uma ração com o mesmo nome. Garanto que foi pura coincidência, quando estava a pensar no nome nem sequer estava com fome! Talvez um dia conte a história de como me surgiu a ideia para o cavalo se chamar colombo, por agora fica um mistério, como aqueles mistérios do Fringe que se introduziram há tantos episódios atrás que já ninguém quer saber.

Faço desde já uma promessa: não serão aqui escritos textos em mandarim. Eu não sei mandarim.

Outra coisa, lá por eu ter ideias meio atrasadas (por vezes) e escrever como uma menina de 6 anos a quem foi administrada uma dose de cavalo (haha... não) de xarope para a tosse não quer dizer de forma alguma que seja afiliado na JCP. Espero que tenham percebido isso por também fazer parte do ML e se não gostam da ideologia libertária:
a) estudem-na antes de atirar postas de pescada;
b) deixem na borda do prato;
c) critiquem de forma construtiva.


Para os que não querem ler muito:

Não percebo o que fazem num blog, vão mas é ver TV;
O Cavalo Colombo é o sucessor do Draft of a Life e será utilizado como um "aterro sanitário do pensamento" (ah expressão bonita!)